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A mulher menstrua após a histerectomia?
2 anos atrás / 4 min de leitura
A histerectomia, cirurgia de retirada do útero, costuma ser realizada para tratar quadros graves de doenças no aparelho reprodutor feminino (geralmente é um dos últimos recursos) ou de forma preventiva, em casos específicos. É uma das cirurgias mais realizadas no mundo.
Tanto o pré quanto o pós-operatório são momentos muito delicados para a mulher. Muitas dúvidas podem surgir nesses momentos: quanto tempo vou levar para cicatrizar e me recuperar? Que tipo de sintomas vou ter depois da cirurgia? Vou continuar menstruando? E ovulando? Vamos esclarecer alguns desses pontos.
O que é histerectomia?
A histerectomia é a cirurgia de retirada do útero. O procedimento pode retirar somente a parte superior do órgão, conservando o colo do útero (parcial) ou, nos casos mais graves, incluir a retirada dos ovários e trompas (histerectomia radical).
Finalidade da histerectomia
A histerectomia é indicada para tratar miomas de grandes proporções, endometriose severa e persistente, câncer ginecológico, prolapso uterino (deslizamento do útero na vagina), dor pélvica crônica, adenomiose, além de hemorragias vaginais frequentes e prolongadas. A retirada do útero pode ser realizada também em cirurgias de redesignação sexual (feminino para masculino).
Fatores que afetam a menstruação após a histerectomia
Após a cirurgia, a mulher não pode mais menstruar nem engravidar. Caso não seja uma histerectomia radical, que faz a retirada dos ovários, a ovulação continua a acontecer e a possibilidade de ter um filho por técnicas de reprodução assistida e barriga solidária continua presente.
Tipo de histerectomia
A histerectomia é um procedimento invasivo e irreversível, utilizado quando as opções disponíveis de tratamento falharam. Com o avanço da medicina, os procedimentos cirúrgicos foram sendo aprimorados. A técnica mais tradicional (e invasiva) é realizada por um corte abdominal, semelhante ao corte da cesariana. Outras alternativas menos invasivas, que tendem a proporcionar uma recuperação mais rápida, são pela via vaginal ou laparoscópica.
Na histerectomia laparoscópica, pequenas incisões são realizadas e contam com o auxílio de uma câmera – o útero, neste caso, também é retirado pelo canal vaginal. A técnica mais avançada é histerectomia robótica, parecida com laparoscopia, mas acrescida de um sistema robótico comandado pelo médico. Cada alternativa será avaliada conforme o estado de saúde da paciente e a estrutura médica disponível.
Idade da paciente
A idade da mulher no momento da cirurgia é determinante para que os médicos decidam por uma histerectomia radical, total ou parcial. Até os 40 anos, conforme a gravidade da doença, os cirurgiões tendem a preservar pelo menos um dos ovários, garantindo a possibilidade de gravidez por reprodução assistida no futuro. Após os 40 anos, de acordo com as condições de cada paciente e pré-disposições genéticas, é possível que uma histerectomia radical seja uma alternativa indicada para prevenir o câncer nos ovários.
Presença ou ausência de ovários
Caso uma histerectomia radical seja necessária e os ovários também sejam retirados, a mulher tende a entrar em menopausa após a cirurgia. Este pode ser um período especialmente desafiador, pois é provável que os sintomas comuns da menopausa cheguem de forma abrupta, ao contrário dos sintomas progressivos que se desenvolvem no processo natural de declínio do ciclo reprodutivo da mulher. Se você quer se conectar com outras mulheres que estão passando por essa fase da vida e ressignificar esses desafios, conheça o movimento Juntas & Seguras de Bigfral.
Outros sintomas menstruais
Após a histerectomia, a mulher não tem mais o sangramento menstrual, mas, caso não sejam retirados os ovários, alguns outros sintomas associados ao ciclo menstrual podem continuar ocorrendo.
É possível que os desconfortos da famosa TPM (Tensão Pré-Menstrual) como dores de cabeça, inchaços, irritabilidade e náusea ainda façam parte da rotina. As dolorosas cólicas menstruais são uma exceção, pois ocorrem como resultado das contrações uterinas. Para as mulheres que tiveram indicação da cirurgia em razão da endometriose e da adenomiose, a ausência da menstruação e das consequentes contrações uterinas é um dos objetivos principais para eliminar as fortes dores do período menstrual.
A importância de conversar com o médico
A histerectomia, como qualquer cirurgia, envolve riscos e um tempo de recuperação. É fundamental que um médico especializado oriente todas as etapas do processo e que a paciente esteja ciente dos riscos e das mudanças que ocorrerão no organismo após o procedimento.
As histerectomias que utilizam técnicas menos invasivas, tendem a ter um tempo de recuperação menor, mas o retorno às atividades diárias e, principalmente, aos exercícios físicos mais intensos, deve ser liberado pelo médico conforme o estado de saúde e o ritmo de recuperação de cada mulher. Esse tempo de recuperação pode variar de duas a seis semanas, conforme a técnica cirúrgica e a condição da paciente.
Monitoramento da saúde após a histerectomia
Após uma cirurgia bem-sucedida, as mulheres têm tudo para retornarem a uma vida normal. No período de recuperação, porém, é preciso bastante atenção a alguns riscos, que devem ser tratados com cautela, com acompanhamento médico. Embora esforços físicos mais intensos devam ser evitados, os médicos recomendam movimentação e caminhadas leves pela casa para evitar a trombose e a constipação, possíveis ocorrências pós-operatórias.
Há também riscos de lesões na bexiga durante a cirurgia ou após o procedimento, o que pode ocasionar quadros de incontinência urinária. As pacientes estão sujeitas também a algum tipo de sangramento vaginal, durante o processo. Caso os sangramentos passem de um volume aceitável e estejam acompanhados de febre e outros sintomas, o médico deve intervir para evitar o desenvolvimento de infecções.
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